Mandado construir por D. João V (1689-1750) , em cumprimento de um voto para obter sucessão do seu casamento com D. Maria Ana de Áustria, ou a cura para uma grave enfermidade de que padecia ,o Real Convento de Mafra é o mais importante monumento do barroco português. O conjunto arquitectónico desenvolve-se simetricamente a partir de um eixo central, a Basílica, ponto culminante de uma longa fachada ladeada por dois torreões e tendo na zona posterior a zona conventual da Ordem de Francisco da Província da Arrábida, que foi também ocupada, entre 1771 e 1791, pelos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. Construído em pedra lioz da região de Pero Pinheiro e Sintra, o edifício ocupa uma área de 37 790 m2, compreendendo 1200 divisões, mais de 4700 portas e janelas, 156 escadarias e 29 pátios e saguões. Sendo a maior fábrica do tempo, aqui trabalharam operários vindos de todo o reino, chegando a atingir cerca de 50 000 num mesmo ano. Tal magnificência só foi possível devido ao ouro do Brasil, que permitiu ao monarca pôr em prática uma política mecenática e de reforço da autoridade régia. A direcção da Real Obra foi entregue a João Frederico Ludovice, ourives alemão, com formação de arquitecto em Itália. O modelo adoptado inspira-se na Roma Papal, um barroco classicizante influenciado por Bernini e com torres de cariz borrominiano, sem esquecer algumas influências germânicas.